A Casa da Bernarda Alba
NOVA TEMPORADA:
21 janeiro a 26 fevereiro 2023
4ª e 5ª às 19h30 | 6ª e Sábado às 21h | Domingo às 16h
LOTAÇÃO REDUZIDA
22 setembro a 23 outubro 2022
SESSÃO EXTRA – 24 OUTUBRO 2022 às 19h
NOVAS SESSÕES EXTRA:
28 e 29 Outubro às 21h
30 Outubro às 16h
4ª às 19h | 5ª a Sábado às 21h | Domingo às 16h
Transgressão
Substantivo feminino: Ato ou efeito de transgredir; infracção; violação; passagem para além de; acção de ultrapassar, de atravessar.
Sempre tive vontade de transgredir e o Mota ensinou-me a olhar para os textos de várias perspectivas, “…até que ponto”, “…há que ter coragem”, são frases do Mota que ecoam sempre nas minhas criações, tanto como actor, como encenador.
Aprendi com ele.
Imaginando que a Bernarda Alba, quando foi escrita em 1936, simbolizava uma sociedade patriarca, machista, repressiva onde a mulher da família só poderia exercer o seu poder depois da morte marido, ora quando ela finalmente pode exercer esse poder, ela fá-lo sob os mesmos padrões masculinos, machistas e repressivos… isto é complexo.
Até que ponto é que o poder de uma mulher é exercido como ressonância do poder masculino instituído pela sociedade daquela altura?
A primeira e última palavra da personagem Bernarda Alba é:
– Silêncio!
Que ressonância tem esta palavra dita por uma mulher ou por um homem?
Ainda não cheguei a uma conclusão relativamente ao género do poder…
O homem como vítima do poder machista instituído?
Como é que ele reage?
Qual a sua posição?
Estes foram os desafios que lancei aos meus colegas actores, e que também estendo ao publico que vem assistir ao espectáculo.
Discutimos todas estas questões durante três semanas à mesa, conversámos muito, como se o Lorca viesse para responder às nossas mil perguntas…Não veio.
Somos livres para interpretar como queremos sem ninguém para toldar a nossa criação ou o nosso pensamento, é proibido proibir.
A Liberdade também foi motor para a nossa pesquisa.
Gosto muito de actores e actrizes, gosto muito.
Agradeço a todos os intervenientes deste espectáculo por acreditarem nisto que fizemos juntos.
Ao Carlos e ao João,
A minha vontade de transgredir, pesquisar e aprofundar o teatro nasce convosco.
Viva o Teatro!
O teatro de Federico Garcia Lorca é fundamentalmente poético não só porque valoriza o texto escrito, mas também em cena, durante o espetáculo, a poesia parece emanar viva dos corpos representados dando enfâse aos conflitos (que serão apresentados)
Ian Gibson
Lisboa, 22 de Setembro de 2022
Hugo Franco
Ficha Artística / Técnica
Autoria
Federico García Lorca
Direção
Hugo Franco
Tradução
Luiza Neto Jorge
Assistência de Encenação
Maria Ana Filipe
Apoio Dramatúrgico
Cristina Buero
Intérpretes/Personagens por ordem de entrada
João Grosso | La Pôncia
João Mota | Bernarda Alba
Miguel Sermão | Angústias
Rogério Vale | Martírio
Gonçalo Botelho | Amélia
Luís Garcia | Madalena
Francisco Pereira de Almeida | Adela
Carlos Paulo | Maria Josefa
Cenografia
Renato Godinho
Figurinos
Maria Ana Filipe
Espaço Sonoro
Hugo Franco
Fotografia Cena e Cartaz
Pedro Soares
Imagem
Gonçalo Dias Santos
Técnicos de Montagem
Renato Godinho, Assunção Dias, Mateus Amaral e Diogo Tavares
Frente Sala/Bilheteira
Luana Santos e Yuri Medeiros (Estagiários da escola Secundária D. Pedro V)
Assistência Geral
Selma Meira, Assunção Dias e Julieta Lucas
Assistente de Produção
Catarina Oliveira
Gabinete de Produção
Rosário Silva e Carlos Bernardo
AGRADECIMENTOS:
EGEAC | TEATRO NACIONAL D. MARIA II | TEATRO BASTARDO
Actor João Grosso gentilmente cedido pelo Teatro Nacional D. Maria II