A Feia
04 de Maio de 2024 às 21h
05 de Maio de 2024 às 16h
Sala Novas Tendências – Teatro Comuna
O cancro continua a ser, no século XXI, um dos maiores flagelos da humanidade. Apesar dos enormes avanços das ciências médicas, ainda é uma das doenças que mais mata no mundo, principalmente nos chamados países menos desenvolvidos. Um dos maiores responsáveis por esta gravidade é, sem dúvida, uma cultura de diagnóstico marcada pela vergonha. Numa sociedade carregada de chamamentos e informações, que nos asfixiam a uma velocidade extraordinária, não podemos deixar que os avanços tecnológicos nos meios de comunicação nos afastem do essencial: a humanidade. É, pois, um problema humano, que estamos a viver. Nada melhor do que as Artes para chegarem ao coração das pessoas. Acredito que não haverá forma mais eficaz de fazer pensar e fazer sentir.
Foi com o apoio moral, ético e poético da frase polémica da Badia Guerreira – “O cancro não mata. O que mata é o medo.”, que me pus ao caminho. A uma descoberta ainda por descobrir. A uma permanente imprevisibilidade e imprecisão.
Inserido um Projeto piloto mais amplo – Nu Sta Djuntu –, no domínio dos contributos para o aumento da Literacia em saúde oncológica, “A Feia” é uma peça de teatro escrita por Pedro Branco, a partir do Diário de uma doente oncológica cabo-verdiana (Professora Clarice) e de uma publicação de Lara Vaz Pinto, também ela doente oncológica, no Jornal de Letras, já falecidas. Com uma linguagem essencialmente poética e simbólica, pretende-se colocar o espetador em confronto com esta dura realidade, nas suas várias fases, de maneira a que possa sentir dentro de si uma inquietação forte, que o ajude a pensar melhor sobre os seus hábitos relativamente ao cancro.
Os atores são amadores – doentes oncológicos ou familiares –, que irão pintar uma grande tela de experiências e também de vontades, que ilustram o oceano de emoções e de sonhos que se vivem quando se passa por esta doença.
Quando algo não nos torna indiferente, de certeza que alcança algum objetivo. Esta peça não deixará ninguém indiferente.
A FEIA será apresentada em Lisboa, em julho de 2023 e depois seguirá para algumas representações em Cabo Verde, local de origem da maior parte dos intervenientes. Aí, numa cena final, serão integrados alguns sobreviventes do cancro, de forma a empoderar a mensagem de que é urgente mudarem-se alguns hábitos culturais e de vida, para que esta doença possa ser cada vez menos fatal, o que faz jus à vontade da Professora Clarice quando (nos) deixou o seu texto.
Ficha Artística / Técnica
Autoria
Pedro Branco (com excertos do Diário de uma Mulher Coragem e de um texto de Lara Vaz Pato)
Encenação
Pedro Branco
Assistente de Encenação
Clara Paniágua Féteiro
Artes Visuais
Niza Bela de Melo Falcão e Silvina Salgueiro
Actores
Ciza
Alberto
Jemima
Vera
Maria
São
Maria João
Dauta
Fátima
Voz Off
Dulce Silva, Maria João Cunha
Guarda-roupa
Maria João Cunha e Maria da Ressurreição
Tema Original
Pedro Branco
Classificação etária: M/14
Reservas: