A Sogra de Luís XIV

Georges Feydeau entrou tardiamente na Academia Francesa porque, infelizmente, só tardiamente é que se aperceberam que se diverte divertindo-nos da sociedade em que vivemos.

A sua actualidade é visível em todos os textos. Na Comuna já encenei 3 peças: “A Pulga Atrás da Orelha”, “Não Andes Nua pela Casa” e, agora, “A Sogra de Luís XIV”.

Sempre brincando com a instituição casamento, as heranças, a relação patrão-criado, o querer ser mais do que aquilo que é, não fazendo nada para o ser, a sogra, os outros e as eternas prestações…

No mundo actual de conflitos económicos, guerras, o não entendimento entre homens e mulheres, a falta de socialização, a falta de ética, o não sabermos ouvir-nos a nós próprios, o ruído, a falta de silêncio, o não criarmos futuros… faz com que se pense que é urgente representar Feydeau porque, brincando, trata do essencial.

Divirtam-se!

Eu e a equipa divertimo-nos imenso!

Bom Espectáculo!

Aprendam a sorrir como se fosse obrigatório, não esquecendo a militância do quotidiano!

João Mota, 19.09.2024