Woyzeck
30 Março a 7 Maio 2023
Quinta dia 30 de Março às 21h
Quartas e Quintas às 19h
Sexta e Sábado às 21h
Domingos às 16h
Próximas sessões:
1 de Maio às 19h – 51º aniversário da Comuna (entrada livre)
3 de Maio às 19h
PRÓXIMAS SESSÕES CANCELADAS
Por motivo de força maior e porque ocorreu um acidente em cena, com o actor principal do espectáculo, somos forçados a cancelar as sessões até dia 7 de Maio
Sobre a Peça
Última peça do dramaturgo alemão Georg Büchner, Woyzeck é o mais (in)acabado exemplo de “drama aberto” da dramaturgia pré-moderna. Este não é apenas o primeiro drama a abolir a hierarquia do sofrimento. É a primeira peça verdadeiramente moderna, na medida em que argumenta que as nossas vidas são determinadas por circunstâncias sociais e ambientais. Nunca se saberá o que seria esta peça se Georg Büchner não tivesse morrido prematuramente, de tifo, aos vinte e três anos, no exílio suíço.
A peça conta-nos a história do soldado Franz Woyzeck, órfão de pai e mãe, ajudante numa fábrica de perucas, que para escapar à fome se alista no exército. Pela vida colecciona todo o tipo de vicissitudes, sofre infidelidades e abusos morais que culminam na descoberta que Maria, sua companheira, mantém um caso amoroso com o tambor-mor do exército.
Woyzeck entra numa espiral obsessiva, culminando no assassinato de Maria, sua companheira, que esfaqueia até à morte.
Grotesto! Tudo é Grotesco!!!
Büchner anuncia tudo o que é Modernidade; “Non Sens”; Surrealismo e Existencialismo ao nível da escrita, o que é verdadeiramente maravilhoso. Cria uma personagem, 4 fragmentos soltos, que nunca acabou, e que cada director aproveita na ordem que quer e como quer para a sua versão.
Woyzeck é uma personagem extremamente actual, numa altura que a “despersonalização” está patente na nossa sociedade, a distância social e económica entre ricos e pobres é cada vez maior. O bullying no mais fraco, no miserável. Abandono total da sociedade e do poder sobre o pobre, o desajustado, o indefeso. Ser Pobre é Terrível! O “eu” sobre o “nós” e o “ter” sobre o “ser”. Estamos a voltar só aos instintos animalescos, perdendo cada vez mais, o mundo da razão. A mediocridade habita em nós. A Besta habita em nós.
Woyzeck sendo uma tragédia, mostra-nos um lado cómico através da crueldade e do bullying que os próprios camaradas, o capitão e também o Médico (utiliza-o como Cobaia a troco de uns cêntimos), exercem sobre o pobre miserável Woyzeck.
Woyzeck faz todo o sentido nesta altura, como um “aviso”, uma chamada de atenção, para nos fazer pensar, onde estamos e para onde caminhamos.
A desintegração total!
João Mota
Ficha Artística / Técnica
Autoria
Georg Büchner
A partir da tradução de João Barrento
Versão Cénica e Direção
João Mota
Intérprete | Personagens
Hugo Franco | Woyzeck
Maria Ana Filipe | Maria
João Grosso | Médico
Almeno Gonçalves | Capitão
Miguel Sermão | Tambor-Mor
Patrícia Fonseca | Margarida|Catarina|Apresentadora
Francisco P. Almeida | Cavalo|Soldado 1
Gonçalo Botelho | Charlatão|Soldado 2
Luís Garcia | Sargento|Vendedor | Soldado 3
Rogério Vale | André
e
Carlos Paulo | Velho
Cenografia
João Mota
Desenho de Luz
Paulo Graça
Figurino “Maria”
Rosário Balbi
Fotografia de Cena e cartaz
Pedro Soares
Imagem
Comuna
Operador de Luz e Som
João Santos
Técnicos de Montagem
Renato Godinho, Assunção Dias, Mateus Amaral
Assistência Geral
Selma Meira, Assunção Dias e Julieta Lucas, Beatriz Puga (estagiária ESAD Leiria), Maria João Felino e Oksana Pusak (Estagiárias Act)
Assistente de Produção
Catarina Oliveira
Gabinete de Produção
Rosário Silva e Carlos Bernardo
Duração: 85 minutos
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Agradecimentos:
EGEAC | Teatro Nacional D. Maria II || MALAVOADORA || GLOBALFARDAS
Actor João Grosso gentilmente cedido pelo Teatro Nacional D. Maria II